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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Crianças aguardam adoção em Dourados; 32 casais estão na fila

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07/02/2012 09h29 – Atualizado em 07/02/2012 09h29

Crianças aguardam adoção em Dourados

Abrigos têm mais de 80 crianças, sendo que 5 estão disponíveis para adotar; 32 casais esperam na fila

Valéria Araújo

Crianças e adolescentes de Dourados aguardam na fila para adoção. De acordo com a coordenadora do Projeto Adotar, Aparecida Harumi Nakano, são 80 crianças acolhidas nos abrigos de Dourados. Destas, 5 estão disponíveis para adoção. São dois meninos de 9 e 10 anos e três meninas de 12 e 13 anos. Os demais passam por processos de destituição do poder familiar. Hoje a lista de espera é de 32 casais que querem adotar uma criança.

Os interessados devem procurar o Fórum de Dourados e se dirigirem até o Projeto Adotar. Segundo Harume, os casais, ou solteiros, passam por um curso de questões jurídicas, psicosociais e documentação necessária para adotar. O processo dura 2 meses.

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Entre os requisitos básicos estão: ser maior de idade ter condições psíquicas e financeiras de manter uma criança. Segundo Harumi, a maioria dos casais têm preferência por recém nascidos.

ALERTA

Recentemente o juiz da Infância e Adolescência de Dourados, Zaloar Murat Martins, alertou para uma prática criminosa que vem sendo combatida. Segundo ele, o único caminho para se adotar é através da Vara da Infância. Quem registra uma criança como se fosse filho, sem passar pela Justiça, corre o risco de ser penalizado civil e criminalmente.

Conforme Zaloar, importante avanço da Justiça para amenizar o problema vem sendo as novas regras que entraram em rigor há dois anos. “Elas diminuem para dois o tempo máximo que uma criança deve ficar no abrigo e faz com que a cada seis meses os magistrados avaliem se ela deve ou não permanecer no local”, conta.

Desde que foi implantada a Vara da Infância, dezenas de crianças foram adotadas. Para Zaloar, as novas regras vão facilitar a adoção responsável e aos poucos esvaziar os abrigos. Prova disso é que o processo de adoção dura poucos meses quando se tem a criança que se encaixa no perfil do casal.
O juiz também ressalta a importância dos projetos da Vara, que vêm contribuindo para que mais crianças sejam assistidas pela Justiça.

Destaque para o projeto Padrinho que dá chance às pessoas da comunidade ajudarem financeira ou emocionalmente crianças abandonadas. Conforme o juiz, as portas da Justiça estão abertas para quem tem boa intenção para com as crianças, seja levando um carinho ou até mesmo adotando.

APOIO

A Vara da Infância de Dourados, conta com o Grupo de Apoio a Adoção de Dourados (Gaad). O programa tem por objetivo prestar esclarecimentos a casais que pretendem adotar. “É um auxílio sobre o processo, as dificuldades, e a adaptação da criança a nova família”, explica o juiz.

O grupo é formado por profissionais de diversas áreas, psicólogos, médicos, advogados, pais que já adotaram e pessoas que foram adotadas. Segundo Tereza o programa está aberto a interessados em integrar os trabalhos de orientação. O telefone para contato é: 9972 0066.

ABRIGOS

Dourados conta com quatro entidades de acolhimento, que são orientadas pelo Núcleo de Orientação e Fiscalização (NOF). De acordo com a coordenadora do programa, Liege Dias, o maior índice de acolhimento está relacionado aos pais envolvidos em tráfico de drogas, violência doméstica, abandono e negligência.

O Lar Santa Rita atende crianças de até 7 anos. O Ebenezer é um abrigo feminino para crianças de 7 a 14 anos. O Renascer é o único governamental, e atende crianças de 14 a 18 anos. O Instituto de Amparo ao Menor (Iame) é masculino e atende até os 18 anos.

PROGRAMAS

A Vara da Infância de Dourados, representada pelo Juiz Zaloar Murat Martins, oferece três principais projetos de adoção, auxílio e bem-estar das crianças abrigadas em Dourados. O “Adotar” faz triagem com os casais interessados em crianças já distituídas do poder familiar. Criado em setembro de 2005, tem uma média de adoções de 2 a 3 crianças por ano. A coordenadora do projeto, Aparecida Harumi Nakano Oshiro, explica que para adotar, os casais passam por triagem e curso de adaptação.

As orientações acontecem nas últimas sextas-feiras do mês, das 15h às 17h, no Fórum. Segundo Aparecida, a principal dificuldade é que a maioria dos casais se interessar por crianças recém-nascidas ou com, no máximo, um ano. Isto faz com que as maiores permaneçam mais tempo nos abrigos. “Esperamos que com o Grupo de Apoio os pais sejam incentivados a adotar também as crianças com mais idade”, destaca.

PADRINHO

O Projeto Padrinho, existe desde 2003 em Mato Grosso do Sul e há dois anos em Dourados. Beneficia crianças que moram nos abrigos e as que estão em situação de risco, inclusive assistidas pala Vara da Infância e Juventude de Dourados. Hoje, o Projeto conta com 47 padrinhos. Destes, 15 são doadores de bens e materiais, 23 são prestadores de serviços, como médicos, psicólogos entre outros profissionais e nove são afetivos, que levam as crianças para dias de lazer.

De acordo com a coordenadora do Projeto, Eneida Gebaile, a maior carência é por padrinhos que possam doar cursos profissionalizantes. As crianças já contam com exemplos de Padrinhos como a Cia Informática e uma escola de Inglês que oferecem cursos, porém novas alternativas para as crianças seriam de fundamental importância.

Qualquer pessoa acima de 18 anos pode se cadastrar como padrinho. Não há limite de vagas. A função do apadrinhamento é contribuir de alguma maneira com a criança. Fica a critério do padrinho o tempo e tipo de ajuda, que pode ser material, afetiva, profissional e educacional.

PAI DE VERDADE

Criado em outubro de 2007 na Comarca de Dourados, o projeto Pai de Verdade tem como foco informar e conscientizar da importância do reconhecimento de seus filhos.

No ano passado, 44 mães receberam algum tipo de informação sobre a importância de seu filho ter o nome do pai no registro de nascimento e como proceder para que o reconhecimento da paternidade aconteça. Em 12 casos não foi possível localizar o suposto pai, uma vez que a mãe não tinha conhecimento do seu paradeiro, impossibilitando qualquer tipo de atuação do projeto. Por outro lado, foram realizados 40 encaminhamentos.

Coordenadora do Adotar, Aparecida Nakano diz que há 80 crianças acolhidas nos abrigos de Dourados. Foto – Hédio Fazanlegenda

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