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quinta-feira, 28 de março de 2024

É melhor capacitar profissionais do que mudar Lei da Adoção

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19/12/2011 08h46 – Atualizado em 19/12/2011 08h46

É melhor capacitar profissionais do que mudar Lei da Adoção, afirmam especialistas

Cido Costa

Ao invés de mudar a legislação, é preciso profissionalizar as pessoas que trabalham com adoção de crianças e adolescentes – dos funcionários de entidades não governamentais aos membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Essa é a opinião dos participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família para discutir os 25 projetos em análise na Câmara que alteram a Lei da Adoção (Lei 12.010/09).

No debate, especialistas e promotores de Justiça descartaram a necessidade de alterações na lei.

Eles afirmaram que é preciso fazer valer a lei já existente, uma vez que ela não é cumprida. De acordo com o promotor público Murilo Digiácomo, do Paraná, na maior parte do País, a adoção é tratada com amadorismo, e isso tem consequências graves para as crianças.

Ele informou que há uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça para que todos os juízes que trabalham nessa área sejam assistidos por uma equipe interdisciplinar, capaz de analisar todas as condições envolvidas no processo.

O promotor pediu que essa recomendação seja transformada em uma resolução, com prazo para sua aplicação. “Lidamos com questões que não são apenas jurídicas. São sociais, emocionais, que envolvem a psique das pessoas.

Cada caso é um caso”, apontou Digiácomo. “Se isso é uma verdade para outras questões do mundo jurídico, para a infância e a juventude é muito maior.”

Perfil

Atualmente, no Brasil, há cerca de 30 mil famílias habilitadas para adoção e 6 mil crianças em condições de serem adotadas.

Para Digiácomo, a resposta para essa conta não fechar é que as famílias brasileiras querem crianças de até três anos, brancas, sem irmãos e sem doenças. Muitas das crianças que podem ser adotadas imediatamente não estão nesse perfil.

A deputada Teresa Surita (PMDB-RR) afirmou que, para mudar essa situação, é preciso cumprir a Lei da Adoção, promovendo cursos e campanhas para mudar essa mentalidade no País.

“Temos muitas crianças para serem adotadas, mas a falta de campanhas faz com que as pessoas não aceitem porque não estão dentro do perfil que elas querem”, diz a parlamentar, que sugeriu a audiência.

Já a professora do Laboratório do Comportamento Humano da Universidade Federal do Paraná, Lídia Weber, apontou algumas dificuldades criadas pela lei, entre elas a insistência exagerada na reinserção familiar.

Para a professora, apesar de a reintegração da criança em sua família ser a melhor alternativa, ela acredita que é esse o motivo de as crianças passarem da faixa etária desejada para adoção.(Jornal da Câmara)

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